Meta GPT, você precisa saber disso

É difícil separar a camada de Inteligência Artificial do mercado de anúncios e publicidade atualmente. Só para deixar claro, o modelo da Meta se chama Llama2, não Meta GPT.

Aos poucos as ferramentas de IA estão se tornando parte do nosso dia, das nossas ferramentas, do entretenimento, de tudo.

Mas olha este cenário curioso… O ChatGPT concorre com o Google em algumas áreas, o Google lança o Bard para concorrer com o ChatGPT. Tanto ChatGPT como o Bard tem código proprietário, ou seja, você não pode ver o que tem dentro dele. Nós temos algumas informações como o número de parâmetros aproximado que essas ferramentas utilizam.

META ENTRA NA SALA…

E simplesmente manda um "Hum, legal, eu não dependo da busca para ganhar minha grana. Eu nem estou no mercado de busca, mas eu tenho acesso a uma tecnologia que pode rivalizar com o ChatGPT. O que eu faço?".

Sabe o que a Meta fez? Disponibilizou o modelo deles de forma gratuita, inclusive para uso comercial. Além de tudo, o modelo tem código aberto. Você pode literalmente abrir o código e conferir exatamente como tudo funciona. Para se proteger dos grandes players do mercado, a Meta colocou algumas regras para empresas que têm acima de 700 milhões de usuários ativos… mas a gente sabe muito bem quem são essas empresas.

Essa notícia é muito técnica para ter um grande alcance, mas acredite, o potencial é incrível para revolucionar e popularizar ainda mais os modelos de IA. Outro fator importante para garantir a distribuição desses modelos é ter parceria com empresas que facilitem este acesso. Neste caso, a Meta fez uma parceria com a Microsoft, que é uma parceira de longa da Meta.

POR QUE ISSO É NECESSÁRIO?

Olhe o caso do Twitter. Só em custos com a nuvem do Google, o valor fica em aproximadamente $1 bilhão. Para estes modelos de IA, o volume de informações e operações é incrivelmente alto, o custo dos servidores se torna inviável em alguns casos. E aí entra a Microsoft, que fez uma parceria com a Meta semelhante a que fez com a OpenAI. O resumo é esse: a Microsoft dá o processamento na nuvem e em troca a Microsoft pode usar os modelos de IA (tanto OpenAI como Llama2). As ramificações disso ainda são difíceis de prever. Mas quando você considera que a Microsoft é dona do Linkedin, Bing, Office, etc… as coisas podem ficar muito interessantes no futuro.

Agora junte o fato de que recentemente a Apple também está trabalhando no "Apple GPT" (rumores, leia aqui.)

O QUE ISSO TEM A VER COM ANÚNCIOS?

Tudo, na verdade.

Microsoft, Meta, Apple, Google e Amazon estão entre os principais anunciantes do mundo e controlam boa parte da receita de publicidade digital. Snapchat e Tiktok também estão profundamente envolvidos com IA.

Porcentagem de receita vinda da publicidade:

• Google: 81%

• Microsoft: 43%

• Apple: 18%

• Amazon: 15%

• Meta: 85%

• Tencent: 74%

• Alibaba: 24%

O resultado é que não existe como fugir da onda de IA que irá tomar a sociedade e, neste caso, os anúncios no curto prazo.

Achei que era uma boa oportunidade para contextualizar um pouco mais o quão grande é absurdo se tornou o cenário de IA e você como um querido leitor(a), pode se antecipar de alguma forma. Não existe sentido em evitar ou negar a evolução neste caso. Pelo menos não do ponto de vista de negócios. Em termos de publicidade, o conteúdo mais humano, vida real, menos produzido, com certeza deverá ganhar um destaque ainda maior. Já fica a dica de teste de criativo para suas próximas campanhas